domingo, 15 de setembro de 2013

À Tulipa Alvarez

Eu queria falar com você. Contar-lhe as minhas filosofias, minhas meninices, minhas preocupações e minhas palavras aleatórias... Queria sentar na mesa da cozinha, botar os pés na cadeira próxima e te olhar num dia comum da semana. Teu cansaço, tua cabeça apoiada nas mãos, 23:32 horas... E olhar para nosso silêncio, dar risos a ele. Faria teu leite, te acompanharia à cama. Não, não me deitaria... Meu corpo ficaria na poltrona ao lado, leria um livro qualquer da Segunda Guerra Mundial e disfarçadamente olharia a hora certa em que dormisse.  Então, no teu sono eu sonharia com o livro já fechado em meu colo. Olhar-te e só.
Expressões sérias e risonhas, devaneando em tuas linhas.

Eu queria falar com você. Contar-lhe as minhas filosofias, minhas meninices, minhas preocupações e minhas palavras aleatórias... Queria ter-te num sábado solto, tua cabeça no meu colo e você na grama... Meus olhos olhando só as ondas sonoras de sua voz subindo todas para o céu. Tua voz colorida e sem pausa.
Uma gargalhada ou outra trazendo meu rosto a meu colo para te ver rir... Um sábado solto. Eu gostaria, sim.

Eu queria falar com você. Contar-lhe as minhas filosofias, minhas meninices, minhas preocupações e minhas palavras aleatórias.. Te apressar ao banho, te esperar fora do quarto para encantar-me em tuas roupas novas, tua maquiagem, teus brincos. Beijar teus olhos, acarinhar teus cabelos e teu cheiro.
Na sala escura, almofadas ao chão,  luz natural da cidade invadindo o aberto de nosso apartamento. Haveria cheiro também de uma vela ou outra e nas tuas mãos eu escorregaria para dançar com você... Uma Tulipa, uma Clarice... Meu vinho, teus chocolates. Você, as canções, as velas. Eu estaria longe dali... Caminhando, saltando e correndo firme para o infinito de nós.


Tulipa - Rotina -